10.9.09

SAUDADES DA MINHA TERRA

Não, Não... não fui embora de Criciuma - SC., aindo moro nesta cidade, mas definitivamente essa não é mais a minha terra. A Criciuma de outrora é finda. A que pôs-se no seu lugar é mais pródiga, mais rica, mas também é mais pobre, mais mesquinha, mais feia. Apesar de ela ter sido melhorada, embelezada, pra mim, ainda acho que a Criciuma de "calçadas de pirita" e estradas de "arião", era muito, muito mais bela.
Da minha terra sinto saudade de ir na tafona compra milho quebrado pra dar pras galinhas, de pendurar a galinha na cerca de estanquetas pra poder depená-la, da festa que era quando do assassinato de um porco, do tacho de toucinho virando torresmo, de lavar as tripas pra fazer murcilha, murcilha essa que eu nunca sequer provei. Saudade da cerca de ananás, que até hoje não entendo por que não fizeram cerca de abacaxis. Saudade da minha cachorra Rosa Baiana que um enxame de abelhas matou, dos tombos de bicicleta barra-circular 4 vezes maior que eu. Saudades dos ciganos que acampavam proximo a minha casa, da festa, da falação deles, até dos "corridões" que eles nos davam.
Ah! Quanta coisa ficou guardada, escondida, dentro desse cantinho chamado "memória". Que vontade de voltar no tempo, pra poder desfrutar só mais um pouquinha dessa minha terra.
Ao comparar o ontem e o hoje, o ontem leva vantagem. o Hoje é frio, sem contato humano, trancafiado em grades, em portas, em muros.
Lembro quando ganhavamos Danoninho, chips, chocolate (só no dia do "rancho" claro), era uma festa. Hoje banalizou, não tem o mesmo gosto. Não que os produtos tenham mudado, mas acredito que a minha parcela criança, aquela que nos causa encantamento em pequenos detalhes, tenha se perdido em algum momento, em algum balde de concreto dessa nova cidade que colocaram aqui.
Por isso que digo: Saudades da MINHA terra, a terra que guardo dentro de mim.

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